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Maurice


Eu sou uma romântica, dada a obsessões.

Dito isso, vou trazer o livro e o filme Maurice para dar minha opinião sobre tudo que essas obras dizem.


Eu conheci Maurice, pelo Pinterest. Um absurdamente jovem eduardiano Hugh Grant que estava perdido em algum pin, assim que bati meus olhos na tela, soube que eu precisava assistir o filme e por sorte o livro é meu número.


Eu sempre gostei do tema "coming of age" e um romance usando essa temática eu não podia perder.


O filme/livro fala sobre a vida de Maurice, um jovem burguês que se apaixona pelo seu colega de faculdade.

Simplificando é sóbre isso mas quero dissecar as problemáticas do filme/livro


Para começar a falar sobre Maurice é importante frisar que o filme de 1987 faz juz ao livro, embora tenha algumas mudanças, eu li o original e depois li em português e realmente o livro destaca nuances que na adaptação pro cinema não era possível, o livro foi escrito entre 1913 e 1914, mas só foi publicado postumamente em 1971 - a pedido do próprio autor, que disse que só publicaria o livro quando a homosexualidade deixasse de ser um crime na Inglaterra.


Maurice é o único filho homem de sua família, ele tem duas irmãs e ele cresce sabendo que herdaria o papel de homem da casa e dos negócios que levará o nome da família para frente. Então como era socialmente esperado, ele vai estudar em Cambridge, mesmo ele não sendo extraordináriamente inteligente.


Em Cambridge ele conhece algumas figuras, entre elas Clive, que é um aristocrata. Neste ponto é importante dizer que Maurice e Clive não pertencem a mesma classe social, a aristocracia nunca quis ser colocada no mesmo patamar que a burguesia.


Isso é apontado em vários momentos, como o desprezo que a mãe do Clive tem com os empregados, e mesmo com o Maurice no qual ela se sente desconfortável de cumprimentar.


Você percebe durante toda a história que há sim diferenças entre eles, no livro o Maurice diz que ele aprendeu a se vestir melhor por conta do Clive, começou a ler mais por influência dele, etc.


Eles se conheçem e se tornam bons amigos, o Maurice desde pequeno sabia que não gostava do sexo oposto, porém essa idéia era inimaginável na sociedade inglesa, onde você não poderia ser um cavalheiro, bem sucedido, respeitável e homosexual.


Na medicina se dizia que qualquer idéia nesse sentido deveria ser ignorada, culpar a imaginação e tratar como uma doença que deveria ser curada.


Clive teve outra abordagem, ele vinha de uma familia religiosa e por saber que era gay, em um episódio quando ele era adolescente, teve um affair com um garoto e acabou ficando em pânico de ter proximidade com alguêm, ele buscou refúgio na filosofia e chegou em uma conclusão: Qualquer paixão homo deve ser puramente platônica.


A proximidade do Clive e Maurice alerta os empregados, dá pra entender que corria na boca de todos que tinha algo entre eles, deixando todos espertos e cochichando.


O Maurice buscava um amor carnal, voraz e nunca teve isso com o Clive, foi capacho dele por anos, até o Clive decidir que precisava viajar e ficar um tempo pensando, quando ele volta ele diz que estava curado e que a vida seria muito mais fácil se ele tivesse uma esposa e não precisasse mais pensar no que ele sentia.


A decisão do Clive vem da cobrança que era imposta sobre ele, o homem da casa, que vai herdar as propriedades, que vai entrar na política e trazer herdeiros.


O Maurice, tenta se afastar, mas acaba voltando a conviver com o Clive após o seu casamento, e é triste saber que ele se colocava nessa posição só pra estar perto do Clive, os cinco minutos que ele estava disposto a dar atenção á ele, pois o Clive estava sempre viajando ou ocupado com o trabalho.


Nesse ponto ele tenta até mesmo se curar e após levar uma bronca do médico amigo da família dele, busca um tratamento alternativo usando a hipnose, na primeira sessão ele consegue ser hipnotizado, porém ele conhece o Scudder, que é o empregado da casa do Clive, e eles acabam ficando juntos, trazendo novamente a questão da classe social para o debate, uma vez que o Scudder pertence a uma classe inferior a Maurice.


Maurice, retorna para uma segunda sessão de hipnose não sendo mais possível continuar, porque estava feliz com o Scudder e recebe o melhor conselho que naquele momento poderia ouvir "Sugiro que se mude para um pais onde não seja crime".


A questão de classes deixa o Maurice enojado ao ponto de não querer ter um relacionamento com o Scudder, mas mesmo assim eles ficam juntos novamente, pelo menos nesse ponto o Maurice acabe se rendendo e tendo o amor completo que ele tanto queria e achou em Scudder.


Quando ele volta na casa do Clive é para terminar tudo, acredito que ele sentia que o Clive sabia que só precisava chamar que ele estaria lá, talvez por isso ele quis dar um basta pessoalmente, é quando temos o monólogo mais bonito do livro que infelizmente ficou fora do fillme.


" Eu teria sido seu até a morte se você quisesse ficar comigo"


Bem, espero que minha opinião faça sentido, eu adorei esse filme, o livro é um pouco difícil de ler, a fotografia do filme é linda e vale a pena assistir quantas vezes for necessário e o cabelo do Hugh Grant merece aplausos.





Bjs!












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