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Do outro lado do mundo e de volta

Olá!


Depois de um tempo escrevendo aqui no blog sobre as atualizações da minha vida desde o último post, onde eu falei um pouco sobre meu ano na Nova Zelândia, as coisas mudaram bastante. Talvez o que eu queira nesse texto seja compartilhar como é a vida de imigrante, mas não de uma forma clichê. Quero falar sobre como as coisas funcionam quando você está longe das pessoas e do lugar que conhece. Acho que é importante pontuar que a vida de imigrante tem várias camadas. Existem muitas possibilidades de fazer coisas novas, conhecer gente nova, aprender duas, três, até quatro línguas. Você acaba ganhando uma visão de mundo mais ampla, o que é fundamental para o autoconhecimento, a resiliência, a força de vontade de se jogar em novas oportunidades e ver o mundo sob outra perspectiva. Toda essa diversidade te faz crescer como pessoa e te torna mais humilde, enquanto você vai adquirindo novas habilidades, tanto no pessoal quanto no profissional.


Mas a verdade é que essa jornada não é nada simples. Existem vários tipos de imigrantes. Tem aquele que já vem de uma realidade muito difícil no Brasil ou no país de origem e chega disposto a qualquer coisa para ficar. Tem o imigrante que já vem com visto, com emprego garantido, muitas vezes já falando bem o idioma, trazendo a família – a adaptação é diferente para eles, porque já têm um suporte maior, tanto pessoal quanto profissional. E tem o imigrante "padrão" brasileiro, que tinha uma vida ok no Brasil e, no exterior, enfrenta altos e baixos. Com visto aberto, mas sem emprego fixo, as contas continuam vencendo todo mês, e você precisa se virar. Um dia você pode estar fazendo algo que não tem nada a ver com sua área e, no outro, pode estar em uma oportunidade melhor – ou pior. Cada dia é uma nova realidade.


Desde que o ano virou, muita coisa mudou em relação à imigração aqui na Nova Zelândia. O país sempre recebeu imigrantes de várias partes do mundo, com diferentes tipos de vistos. Antigamente, era mais fácil conseguir um visto, mesmo sem uma formação superior. Por conta disso, muitos imigrantes vieram para ocupar cargos menos qualificados. A mão de obra que o governo realmente queria atrair, como médicos, engenheiros, e outros profissionais especializados, acabava preferindo ir para países que pagam mais, como Austrália, Canadá, ou os EUA. Então, a Nova Zelândia ficou com um déficit desses profissionais, enquanto o número de imigrantes em trabalhos menos qualificados cresceu muito. Aí eles decidiram endurecer as regras, e hoje em dia está mais difícil conseguir ou renovar um visto do que quando eu vim. Com certeza, muito mais complicado do que era há 10 anos.


Muitas empresas perderam a capacidade de contratar imigrantes, e muita gente foi demitida ou não conseguiu renovar o visto. O país está com uma crise de imigração, sem emprego e sem moradia suficientes. A solução que o governo encontrou foi dificultar a permanência dos imigrantes, principalmente os com vistos temporários ou de curto prazo. Isso forçou muita gente a voltar para seus países de origem, ajudando a reduzir a concorrência por empregos e moradia.

Aqui em casa, consideramos várias alternativas, e já sabemos o que vamos fazer e assim que chegarmos no Brasil colocaremos os planos em prática.


Agora, com a passagem de volta para o Brasil comprada, estamos prontos para seguir em frente. A viagem vai ser longa, com escala em Doha, mas não estamos mais tristes com a ideia de arrumar nossas coisas e voltar. A vida de imigrante tem aquele glamour de conhecer novos lugares, provar comidas diferentes, aprender outra língua, mas o dia a dia é bem cansativo. Você trabalha muito e gasta muito, porque o custo de vida é alto. Tudo é caro: aluguel, alimentação, transporte. Nós optamos por morar em um apartamento só para nós dois, não nos arrependemos dessa escolha, mas, claro, isso limitou nossas economias.


Agora, estamos felizes com a decisão de voltar. O Luis Guilherme e eu já está buscando vagas no Brasil, e nosso foco é nos reestabelecer o mais rápido possível para seguir com nossos planos futuros.

Então é isso. Espero ter explicado um pouco melhor como estamos e como nos sentimos.





Nos vemos no Brasil!


Tchau!


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